Novos e anteriores vencedores no encerramento do regresso do Iberian Historic Endurance a Navarra
O Iberian Historic Endurance completou a sua passagem pelo Festival de la Velocidad com uma empolgante segunda corrida de 50 minutos no Circuito de Navarra. Jordi Puig e Fernando Navarrete, no seu arrebatador Ford GT40, foram os primeiros a verem a bandeira de xadrez, triunfando pela segunda vez na categoria GTP & SC. Isto, numa corrida que teve vários outros motivos de interesse.
Atrás do primeiro classificado, a segunda posição teve uma rotatividade inesperada até à paragem obrigatória nas boxes. Florent Cazalot (Lotus Seven) arrancou do segundo lugar, mas foi Carlos Barbot (Lotus Elan 26R) quem assumiu essa posição nos momentos iniciais, para ser depois ultrapassado por Eduardo Davila (Porsche 911 3.0 RS). Ainda antes da abertura da janela de paragem nas boxes, ambos foram suplantados por Florent Cazalot. Enquanto esteve em pista, o francês fez uma corrida a fundo e “atrás do prejuízo”, pois atrasou-se no arranque, passou pelas boxes e ainda teve que cumprir um “Stop & Go”. Igual infortúnio teve o espanhol Eduardo Davila, que hoje parecia capaz de repetir a vitória de ontem nos H-1976 até à 13ª volta quando uma avaria o forçou a abandonar.
Da mesma forma que o Ford GT40 rumou ao segundo triunfo do fim de semana, Carlos Barbot, o segundo a ver a bandeira axadrezada, somou a segunda vitória entre os H-1965. Já na categoria H-1971 assistiu-se a um vencedor diferente. Paulo Lima fez novamente um arranque muito forte, mas desta vez o piloto do Ford Mustang não permitiu a aproximação dos seus adversários, imprimindo o mesmo ritmo que Carlos Barbot. Sem entrar em excessos, Paulo Lima controlou a corrida, terminando à frente de Joaquim Soares, o vencedor da corrida de sábado. Curiosamente, a diferença da melhor volta entre os dois carros mais rápidos da categoria H-1971 foram menos de 0,056 segundos, o que demonstra bem o equilíbrio entre os presentes. O terceiro classificado foi o francês Franck Biraben (Porsche 911 R) que assim voltou ao pódio, reproduzindo o feito da primeira corrida em Pau no passado mês de Maio.
Savinien Legeleux (Lotus Seven) viu-se novamente atirado para a luta dos H-1971 mais rápidos, o que lhe proporcionou uma corrida viva e o segundo lugar na cerimónia de pódio da categoria GTP & SC. Paulo Rompante (Alfa Romeo Ti Super), o vencedor da categoria no Estoril Classics há duas semanas, foi o terceiro classificado, melhorando consideravelmente a sua melhor volta de ontem para hoje.
O que faz despertar emoções em todos os adeptos e entusiastas do desporto é a incerteza do resultado e foi isso que a categoria H-1976 nos ofereceu. A vitória coube aos resilientes pilotos vizelenses Carlos Santos (filho) e Carlos Alfredo Santos (pai), que com o carro ainda em fase de desenvolvimento, foram progredindo ao longo do fim de semana e souberam como conservar a mecânica do seu Ford Escort em direcção a um inesperado triunfo. A dupla espanhola Juan Alonso/Jose Antonio Zorrilla (Porsche 911 3.0 RS), que liderou no período intermédio da corrida, esteve perto de alcançar uma almejada vitória, mas no final teve que se contentar com o segundo posto devido a um problema mecânico. Eduardo Davila teve como prémio de consolação pelo seu sempre forte andamento no início da corrida um terceiro lugar.
Na categoria Gentleman Driver Spirit (GDS), Luís Sousa Ribeiro manteve a sua hegemonia, mas o piloto do Ford Cortina Lotus, que foi o oitavo na classificação geral, nunca levantou o pé e rodou sempre no encalce do “convidado” Toni Garcia (Porsche 924) e seguido de perto pelo Alfa Romeo Ti Super de Paulo Rompante. A exemplo do que sucedeu na contenda da tarde de ontem, a luta pelo segundo posto da categoria foi muito mais agitada, com o inglês Robin Ellis - que este fim de semana trocou o seu raro Lotus Elan Shapecraft visto no Estoril pelo Elite com que correu nas ruas de Pau - a levar a melhor sobre a “armada” dos quatro Porsche 911 SWB liderada pelos dois exemplares da Garagem João Gomes. Nuno Nunes foi o terceiro classificado, terminando à frente da dupla Piero dal Maso/José Carvalhosa, de Carlos Beltran e de Michel Mora.
Para Diogo Ferrão, CEO da Race Ready, “este fim de semana, que marcou o nosso regresso a Navarra, foi muito positivo. Os fins-de-semana do Historic Endurance, acima de tudo, são fins-de-semana em que o prazer de conduzir estes carros clássicos e o convívio, dentro e fora de pista, se sobrepõem aos resultados. Como ficou demonstrado aqui em Navarra, o facto de várias classes correrem em conjunto e carros tão distintos terem o mesmo andamento, há sempre várias e animadas lutas no meio do pelotão. São estes momentos que tornam o Iberian tão especial!”
A derradeira prova da temporada de 2022 do Iberian Historic Endurance são os tradicionais 250km do Estoril, prova que será realizada no final da tarde de 19 de Novembro.